É seguro me hospedar em um hotel de selva no meio da Floresta Amazônica?

Você já deixou de fazer algo que queria muito por medo? Quando se fala em viajar para a Amazônia e hospedar-se em um hotel de selva, muita gente desiste por medo. Medo do desconhecido, de ser isolado demais, de ter muito bicho, de insetos. Medo por não saber nadar. Outros temem o desconforto e se perguntam se vai ter energia elétrica, banho quente, internet!

Se este é seu caso, esse texto vai te confortar.

“E se eu me perder na floresta?”

Uma das atividades mais interessantes em um hotel de selva é poder fazer trilhas pela floresta, com um guia local, e conhecer a utilidade de cada árvore para indígenas e ribeirinhos. Os nativos abrem caminho pela mata e mostram árvores centenárias, extraem incenso de breu branco na hora, ensinam sobre rituais e até a usar cosméticos naturais, que dão origem à sabonetes, perfumes e bases rejuvenescedoras!

“Tá, mas eu posso me perder?”

De fato é preciso ficar atento ao seu redor e às orientações de quem está conduzindo o passeio. Não invente de sair da trilha (ou seguir uma borboleta exótica pela mata). Mas ainda que você se distraia, tem uma equipe super atenta cuidando de você.

Na Caboclos, os visitantes recebem todo o suporte e instrução necessária para fazer as caminhadas com segurança. Além disso, os guias do hotel que acompanham o grupo cresceram nesse ambiente.

“Eu não sei nadar, e agora?”

Estamos na Amazônia e tem água para onde quer que se olhe, por isso o barco é o transporte mais comum. São utilizados para o traslado de Manaus até o Lago do Acajatuba, nos passeios pelos igapós, para a pesca de piranhas, visita aos botos, flutuantes e início das trilhas. Quem não sabe nadar pode se assustar com isso, mas não há razão para ter medo.

Todos os barcos são conduzidos por canoeiros experientes, acostumados a navegar por essas águas desde criança. Além disso, os barcos são bem cuidados, estão em ótimo estado de conservação e passam por manutenções com frequência. Não se preocupe, porque ninguém vai te colocar em uma canoa furada. Ah, e o principal: coletes salva-vidas é obrigatório em qualquer trajeto fluvial.

“Tenho medo dos bichos”

Compreensível, até porque os filmes e vídeos na internet mostram a Amazônia repleta de animais selvagens por todos os lados. Lamento desapontar alguns, mas não é assim.

É claro que você vai ver animais; os mais comuns são macacos, preguiças, botos, diversas espécies de aves e peixes. Pode avistar alguma cobra ou aranha pela floresta, afinal, estão em seu habitat natural (por isso use calçados fechados e calças quando for fazer trilha), mas a tendência é que os animais fujam de você.

Provavelmente vai ver piranhas e jacarés, já que alguns passeios são justamente para observar esses animais, e claro, você terá companhia de guias locais experientes.

“Mas e os insetos??”

Eles são parte da viagem sim, por isso mesmo a pousada conta com tela nas janelas e a limpeza é constante. A roupa de cama e de banho é trocada com frequência. E caso você esqueça seu repelente, na Caboclos você tem acesso à repelente natural feito artesanalmente com citronela.

“É seguro? Tem eletricidade? Não é muito isolado?”

Não só tem eletricidade, como ainda tem ar condicionado em todos os quartos! E chuveiro elétrico para garantir seu banho quente. Os banheiros são privativos, todos os quartos têm tranca e a chave fica com você. Quanto à voltagem, os quartos são 110w.

Apesar de parecer isolado, a Caboclos é a casa de uma família ribeirinha, então sempre vai haver gente por perto. Há também outras comunidades ao redor e o hotel é relativamente próximo a Manaus (2 a 3 horas de trajeto, dependendo da época).

A pousada tem acesso à telefone e internet. Se for preciso, podem te disponibilizar o wifi para contatos rápidos, mas o foco é descansar e se desconectar.

Então deixe os medos de lado por uns dias, relaxe e curta a energia da Floresta com toda a certeza de que a Caboclos está cuidando de você.

Lívia Miranda

Sou jornalista com hiperfoco em viagens, idiomas e hábitos de outros povos. Viciada em mapas desde criancinha. Sou natural de Rondônia e cresci comendo tambaqui de banda, sorvete de açaí e bombom de cupuaçu. Recentemente descobri que sou autista e TDAH, pois é, os dois, e hoje escrevo sobre autismo e viagens no Instagram (@liviaturistea).