Bastidores da Força do Querer: visitando a comunidade Parazinho
Filmes, séries e novelas têm um papel muito importante em mostrar para o mundo lugares, culturas e pessoas que talvez não veríamos de outra forma. A Rede Globo há tempos vem explorando diferentes cenários em suas produções. Já vimos novelas na Índia, séries no sertão brasileiro e em 2017 tivemos uma novela que homenageava o norte do país. Saiba mais sobre bastidores de novelas aqui e como conhecer essa incrível região.
A Força do Querer, dirigida por Glória Perez, foi parcialmente produzida em uma comunidade ribeirinha carinhosamente apelidada de Parazinho após a novela.
Apesar da trama se passar em uma comunidade do Pará, na vida real esse vilarejo fica no Amazonas, a 2 horas de Manaus.
A verdadeira comunidade Parazinho
O “Parazinho” é, na verdade, a comunidade da Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ela fica no Lago do Acajatuba, Rio Negro, a 2 horas de Manaus. Uma comunidade pequena e charmosa, de um povo acolhedor e muito resiliente, em meio à Floresta Amazônica.
Nessa comunidade, o turismo é a principal atividade econômica. Seus moradores vêm passando por um período de readaptação desde que o hotel Ariaú Amazon Towers encerrou suas atividades. O Ariaú era o grande receptor de turistas na região e empregava grande parte dos moradores da comunidade. Desde que fechou, a comunidade vem se estruturando para ser a protagonista da gestão do turismo por ali.
Seus verdadeiros personagens
Quem realmente protagoniza a história dessa comunidade são as famílias ribeirinhas que sempre viveram ali.
Entre os desafios de se viver dentro da Floresta Amazônica, destacamos o distante acesso a centros médicos, a locomoção dificultada no período da seca dos rios e a educação precária.
Apesar dos problemas estruturais, as dádivas também são muitas: o apoio entre pessoas que realmente vivem em comunidade, as belas paisagens da Amazônia como rotina e o estilo de vida calmo e tranquilo, diferente de qualquer outro lugar do Brasil.
Dona Marlene é uma das mulheres que está na comunidade desde seu início e até hoje exerce um forte papel de articulação. Lidera o grupo Casa Japiim, unindo o trabalho de diversas artesãs da região. Com muita resiliência e bom humor, Dona Marlene cativa a todos os viajantes que passam por ali.
A representação da cultura nortista
Quando pensamos em Amazônia, geralmente o que vem à mente são a fauna e a flora da Floresta. Mas o que nem todo mundo sabe é que a cultura dos povos originários da Amazônia é extremamente rica e cativante.
A novela trouxe para a casa do brasileiro uma cultura ainda pouco difundida Brasil afora, como por exemplo:
– o ritmo musical carimbó, estrelado pelo rodar da saia da atriz Isis Valverde, ou Ritinha;
– a lenda do boto cor de rosa, que se transforma em um homem e engravida mulheres;
– o próprio sotaque e as gírias do povo caboclo, como se referir a amigas ou conhecidas usando o termo “mana” ou “maninha“.
Estando na Amazônia, você percebe que os povos tradicionais daqui – indígenas, caboclos e ribeirinhos, são os verdadeiros guardiões da floresta: tanto de seu ecossistema, quanto de sua cultura raiz.
Como conhecer o Parazinho?
Para conhecer a comunidade ribeirinha do Parazinho, ou do Lago do Acajatuba, você pode se hospedar em alguma pousada de selva na região. Uma opção é se hospedar aqui na Caboclos House Ecolodge, uma pousada de selva fundada e liderada por moradores ribeirinhos. Se você não sabe como um hotel ou pousada de selva funciona, leia mais aqui.
Estando no Parazinho, você pode realizar oficinas de artesanato com o Grupo Japiim; nadar com os botos cor de rosa; fazer trilhas pela floresta; entre diversos outras atividades. Ou, se preferir, pode simplesmente sentar no gramado de frente para o lago, comprar um din-din de açaí e ter papos transformadores com pessoas que têm tanto a trocar com o resto do Brasil.
Se você já pesquisou sobre viagens para Amazônia, certamente você se deparou com o termo Hotel de Selva. Afinal, o que é um Hotel de Selva? Como chegar até ele? É perigoso? É caro? Saiba mais.
Quer saber como é o dia a dia em um hotel de selva? Trilha pela mata, boto cor de rosa, igapós, praias de rio, oficinas, sol nascente… Leia o relato completo da Yolanda em seus 6 dias na Caboclos
De uns tempos para cá, viajar apenas para conhecer pontos turísticos perdeu a graça. Viajantes buscam algo mais profundo enquanto viajam. É aí que o Turismo de Experiência ganha nosso coração.
